terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

RECICLAGEM :Telhados com caixas de leite

Depois de higienizadas e costuradas, embalagens de leite longa vida são transformadas em subcoberturas: solução econômica e ecológica.

Que tal transformar caixinhas de leite longa vida, ainda pouco valiosas para a reciclagem, em matéria-prima para subcoberturas de telhados? Pois essa idéia foi apresentada há poucos dias em um programa de televisão e imediatamente colocada em prática por um guarulhense.

A reciclagem está presente na atualidade, não apenas pelo aspecto econômico, mas também pela questão ecológica. Não faz sentido jogar junto com o lixo orgânico materiais que possam ser reaproveitados ou transformados. Aos poucos, as tecnologias vão avançando e são descobertas novas formas de reutilização. O Brasil é recordista em reciclagem de latas de alumínio, atingindo 97% de reaproveitamento.

Também já há várias utilidades para as garrafas PET, que entopem tubos e causam enchentes, e agora têm algum valor comercial. Porém, embora o leite longa vida seja amplamente consumido pela população, suas embalagens têm baixo valor comercial porque, por serem compostas de vários materiais, não eram de fácil reciclagem.

Por ter uma face revestida de alumínio, a caixa de leite mostrou-se perfeita para exercer a função da manta, com a vantagem de ser uma solução ecológica, que pode contribuir muito para que esse material não seja mais jogado no lixo. Com a manta, a casa fica mais confortável porque funciona como isolante térmico, refletindo o calor para cima; evita goteiras e respingos, além da sujeira que entraria pelo telhado. A manta é colocada sobre o madeiramento e sob as telhas. Cada metro quadrado de manta consome 20 caixinhas, o que permitirá um custo bastante inferior ao das mantas industrializadas. Donizete explica que as embalagens passam por uma higienização e são costuradas, o que também irá gerar trabalho e renda para famílias da periferia.


fonte: http://www.olhao.com.br


Caixinhas de longa vida deixam a casa mais fresca: Uso da embalagem como isolante térmico ajuda a reduzir a temperatura nos ambientes em até 8º C.

Caixinhas de leite que sempre vão parar no lixo podem ser reaproveitadas e transformadas em isolante térmico alternativo para residências e galpões, reduzindo a temperatura no interior dos imóveis em até 8º C. A utilização das embalagens Tetra Pak pode ser feita de forma artesanal, pelo próprio morador, diminuindo os custos. Outra opção são as telhas feitas de caixas de Tetra Pak recicladas, vendidas com preços até 25% menores do que os materiais concorrentes.

A idéia de reaproveitar as embalagens de forma artesanal virou tema de estudo na Unicamp e resultou no Projeto Forro Vida Longa – uma alusão ao leite Longa Vida. O professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp e coordenador do projeto, Celso Arruda, explica que a proposta partiu do engenheiro Luís Otto Schmutzler, que juntamente com professores da faculdade desenvolveu todo o processo de aproveitamento das caixinhas de Tetra Pak para uso em habitações populares. Arruda afirma que a transformação das embalagens em isolante é simples e pode ser feita por qualquer pessoa.

COMO FAZER

O primeiro passo é abrir totalmente as caixinhas, descolando as emendas e fazendo um corte vertical para que a embalagem fique completamente plana. Em seguida, é feita a limpeza com água, sabão em pó e um pouco de desinfetante. Depois de secas, as embalagens devem ser coladas lado a lado, com cola branca ou de sapateiro, formando uma manta sobre a laje superior da casa, abaixo do telhado.

Para o perfeito funcionamento do isolamento térmico, é muito importante que a manta não esteja encostada nas telhas, deixando um espaço mínimo de dois centímetros para a circulação do ar. O professor da Unicamp diz que a manta de Tetra Pak bem aplicada tem o mesmo desempenho das placas de alumínio (foils) vendidos no mercado, ajudando inclusive na proteção contra goteiras provocadas por falhas no telhado.

A explicação está na composição das caixinhas, formadas por 5% de alumínio, 20% de plástico e 75% de papelão. O alumínio reflete mais de 95% do calor, ajudando a diminuir a temperatura interna dos ambientes em até 8º C.

Baixo custo


Para Arruda, as mantas de Tetra Pak são uma boa solução para favelas, habitações populares e galpões, já que a instalação tem custo muito baixo, não exige mão-de-obra qualificada e também não há compromisso com a estética. A idéia, no entanto, tem conquistado um público maior. Recentemente, a solução foi adotada pela arquiteta Consuelo Carleto na construção da nova unidade da fábrica de calçados Pé de Ferro, em Franca (SP). No projeto, as caixinhas foram coladas no seu formato original, sem serem desmontadas antes, para redobrar a proteção térmica nos 200 m2 que cobrem a área administrativa da empresa. “As pessoas trabalham melhor com a temperatura agradável e os gastos com ar-condicionado diminuem bastante.”

Sem ir para o lixo


Ainda há o lado ecológico, já que as embalagens que vão para o lixo levam dezenas de anos para se decompor nos aterros. Para incentivar a reciclagem das caixinhas, a Tetra Pak desenvolveu uma tecnologia para que fabricantes pudessem transformar o alumínio e plástico presente nas embalagens em telhas e chapas planas. A Ibaplac, localizada em Ibaté (SP), produz mensalmente 7 mil peças, entre telhas e placas, utilizando cerca de 100 toneladas de matéria-prima, segundo Eduardo Gomes as telhas são mais leves do que as de fibrocimento, mais duráveis e mais baratas.

Outras oito fábricas espalhadas pelo País fabricam esse tipo de produto. Segundo o diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak, Fernando Von Zuben, mais de 60 mil telhas são fabricadas mensalmente. “Além de garantirem conforto térmico, as telhas custam até 25% menos do que as de amianto ou fibrocimento.” A partir das embalagens, também são fabricados móveis, vassouras e uma série de produtos para casa.
De acordo com Zuben, 30 mil toneladas de Tetra Pak são reciclados por ano, mas o volume corresponde somente a 20% do total produzido pela empresa. Todas as embalagens separadas na coleta seletiva são recicladas e ainda existe uma capacidade ociosa de 40% para aumentar a reciclagem.

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